24.4.16

"Alguma coisa mudou"... para pior

«Houve uma época em que os professores estavam muito mais próximos dos alunos, em que se esforçavam por lhes dizer: " As tuas condições atuais não têm necessariamente de moldar o futuro." Mas alguma coisa mudou.» Kalaf Angelo Epalanga, DN, 24 abril 2016

O Diário de Notícias presta hoje um bom serviço, ao abordar a questão do "racismo institucional" que tem medrado nas escolas portuguesas, com poucas exceções, como será o caso da Secundária de Azevedo na Damaia.
Kalaf Angelo Epalanga, entrevistado no mesmo diário, dá conta de que, na sua opinião, os professores mudaram de atitude - tornaram-se mais distantes e menos conhecedores do meio onde trabalham...

Eu concordo que alguma coisa mudou para pior. Em primeiro lugar, mudou o modelo de formação de professores que, nos anos 80 e 90, dava particular atenção à individualidade do aluno e ao meio. Depois, a partir de 2005, mudaram o estatuto do professor e do aluno.
O primeiro foi transformado em «mão-de-obra» indiferenciada, sem qualquer reconhecimento de saber e de competência relacional e pedagógica. O segundo, o aluno, passou a ser mais um, subordinado a critérios de ensino que descuram por inteiro as aprendizagens iniciais - não basta definir metas -, é preciso alterar os mecanismos que permitam que todos possam atingi-las...
O responsável pelo "racismo institucional" é o ministério da educação, incapaz de definir uma política educativa que proporcione igualdade de aprendizagem, e não de oportunidades porque elas são poucas, independentemente, da origem social e cultural cada cada aluno.

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