15.3.16

"Eu fui teu amigo"

Embora sempre ocupado, em algum momento deves ter pensado naqueles amigos que te ignoravam, mas que na tua morte não iriam desperdiçar a oportunidade de saudar a tua jovialidade, a tua fraternidade, o teu  talento.
Nesse momento, o teu sorriso seria amargo, mas por pouco tempo, pois faltava-te o tempo para suportar a mediocridade, embora soubesses que a melhor forma de te desforrares seria representar essas vidinhas postiças.
Desta vez partiste, sem qualquer encenação, sem qualquer sorriso, mas nem por isso a mediocridade irá desaproveitar o momento de dizer "eu fui teu amigo"...
No que me diz respeito, a tua morte trouxe-me à memória que falta algures o teu testemunho, e não sei se foi porque, à data, estivesses ocupado ou, simplesmente, porque as tuas palavras poderiam destoar...

(Na morte de Nicolau Breyner.)

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