4.1.16

Montesquieu e a decadência de Portugal

Da leitura das Cartas Persas (1721), infere-se que a expansão portuguesa, no opinião de Montesquieu, não teve êxito por motivos religiosos e demográficos.
Primeiramente, porque o catolicismo gerou uma visão do mundo retrógrada, inimiga da tolerância religiosa e da razão humana... Em segundo lugar, porque, em termos demográficos, a nação não tinha qualquer possibilidade de gerir as enormes parcelas do império inicial, apesar de não ter optado, como acontecera com a Espanha, pelo extermínio dos íncolas:

«Quanto aos portugueses, optaram por uma via oposta; não usaram da crueldade: por isso, foram rapidamente expulsos de todos os países que tinham descoberto. Os holandeses favoreceram a rebelião destes povos e aproveitaram-se dela.» Carta CXXII

O que Montesquieu não refere é que estes holandeses eram, em muitos casos, judeus expulsos da Península Ibérica, primeiro de Espanha e depois de Portugal.

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Faleceu o amigo Manuel Duarte Luís. Relembro-o como o homem bom que, nos anos 80, me convidou para com ele orientar a formação de professores no Colégio Vasco da Gama, em Meleças.
Profissional zeloso, procurou sempre que as escolas em que lecionou e de que foi diretor fossem espaços de educação, de aprendizagem e de socialização...
Para o Manuel Duarte Luís, o Outro era sempre uma PESSOA!
(4.1.2016)

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