17.10.15

Fora de nós...

Quando o corpo deixa de estar presente nos lugares de rotina, a voz ausenta-se e a manhã acorda de forma estranha. As árvores inermes registam um sopro deliquescente.
(...)
Aos poucos, a manhã regressa ao normal com outros corpos presentes; outras vozes porosas elevam-se e atravessam as árvores em salvas retumbantes.
(...) 
Fora de nós, a luz incendeia os corpos e, mesmo sem voz, a vida escorre... Entretanto, o tempo desfaz o calendário, porque o corpo deixou de estar presente nos lugares de rotina. 

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