22.6.15

Trauma e recalcamento

Mais dia menos dia, o espaço fotografado, apesar do conjunto de símbolos que o constituem, nada significará para aqueles que, por formação, se veem convidados a ignorar o passado.
A sombra do esquecimento e do isolamento vai avançando de modo que, num futuro próximo, surgirá quem defenda que o desfasamento será resultado de um qualquer recalcamento por explicar. 
E o problema do recalcamento é que, apesar da eventual cura, o psicanalista, em regra, não explica a origem do trauma.
Acabo de confirmar esta ideia ao concluir a releitura de "Délire et rêves dans la "Gradiva" de Jensen", de Freud. Norbert Hanold, por motivo que não é explicado nem pelo novelista nem pelo psicanalista, esquece completamente Zoé Bertgang, amiga de infância, para, mais tarde, a redescobrir nas ruínas de Pompeia sob o fantasma de Gradiva... 

(...)

Infelizmente, a mim, ninguém me cura do trauma que é estar 6 horas, na rua de Entrecampos, à espera de uma explicação para a falta de comunicação entre o Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações. 
Acabei, no entanto, por perceber que o termo em moda é "divergências". O atraso resulta, afinal, de divergências entre o Centro Nacional de Pensões e o Centro Distrital da Segurança Social de Lisboa. Como o período em causa se situa entre 1974 e 2005, estas "divergências" parecem estar para durar...

   

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