4.4.15

Estou de plantão!

Estou de plantão!
Noutros tempos, castrenses, também comecei por ficar de plantão.
Noutros sonhos, mais antigos, via-me-me de plantão a uma sineta... uma fantasia com cor real!
E tempo houve, de infância, que fiquei de plantão a um berço, não fossem as cobras asfixiar a criança.. Esse foi um tempo em que as camisas do milho desataram a arder, os cântaros se esvaziaram, sobraram marcas por apagar...

Hoje, continuo de plantão! Um tempo em que nunca sei o que vai acontecer. 
Posso caminhar na rua, ir às compras, pagar todo o tipo de contas, ouvir o que todos têm a dizer-me, porque sabem o que dizer, embora eu já não saiba o que responder...  Posso ler o Poema Contínuo, de Herberto Helder, só não posso partir violenta e violentamente para o campo...

E faz-me falta!
Basta-me colocar os pés sobre o mato, olhar a encosta e depois observar a faina das abelhas, ouvir o chilrear dos pássaros. Ficar ali de plantão durante 10 minutos...

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