28.5.14

O sonho belga

«La Belgique se croit tout pleine d'appas;
Elle dort. Voyageur, ne la réveillez pas.»
        Baudelaire, Les Fleurs du Mal

Nos últimos dias, por mais de uma vez me foi perguntado se a avaliação externa da escola tinha corrido bem.
De facto, não tenho resposta para a questão pois não consigo determinar a intenção subjacente. Temo o amor-próprio do interlocutor. Pressinto que devo encarecer a iniciativa cultural, a abertura à comunidade, o valor formativo da atividade, mas, no íntimo, sei que o encarecimento pouco importa ao inspetor. Ele apenas quer validar ou, se os argumentos apresentados forem convincentes e palpáveis, reformular o relatório final, construído previamente.

Assim, o melhor é continuar a dormir.

Esta mesma atitude pode ser aplicada noutras situações. Sempre que alguém se mostra feliz, o melhor é não o incomodar.
No entanto, na política como nas instituições, surge sempre um desmancha-prazeres! Agora que o António, estava tão Seguro, lá surgiu o outro António, o Costa, a despertá-lo...Quero, desde já, assegurar que não me lembro de ter induzido no ilustre Costa tal traquinice!

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