21.7.13

O planalto pariu um coelho

De nada serviu Cavaco ter subido ao planalto da Selvagem! Moisés subira à montanha e trouxera as tábuas da lei que durante séculos orientaram o povo hebraico. Cavaco não só não trouxe nova lei como não conseguiu sequer caçar novo coelho!
Hoje, ao 9º minuto da sua preleção, voltou a servir-nos coelho requentado.
Consta, entretanto, que a crise custou 6 milhões de euros. Gosto da precisão, mas não entendo como é que, sendo tão rigorosos, não conseguimos identificar os fautores e responsabilizá-los.
(...)
Neste fim de semana, no que me diz respeito, ocupei o tempo de crise, como muitos outros professores, a classificar provas de exame, sem esperar qualquer gratificação. Já lá vai o tempo!
E claro, estive atento ao comentário do diretor do GAVE que, sem pudor, atacou a Associação de Professores de Geografia, acusando-a de esgrimir argumentos sem o «mínimo de rigor», porque esta pusera em causa a formulação de vários itens da prova da 1ª fase. O douto diretor, em vez de mandar analisar os ditos itens, disparou contra os alunos, pois, nos últimos anos, de acordo com a análise estatística (a safada!), estes continuam a mostrar dificuldades «na leitura inferencial, na capacidade de escrita, em particular na capacidade para a produção de discursos estruturados, coerentes...» 
Onde é que já vimos este argumento? O senhor diretor já deveria ter compreendido que o problema não é de natureza geográfica. Apesar de transversal, a escrita, nas atuais condições, acaba por ser diminuída nas aulas de Português, nos testes de Português, nos exames de Português...
Chegados aqui, o problema já não pode ser resolvido pelo diretor do GAVE. Compete ao Ministro da Educação ordenar um inquérito aos exames nacionais e tirar as devidas ilações...
(Fonte: Público, Domingo 21 Julho 2013)   

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