15.7.13

Da certeza à incerteza

Os tempos são de incerteza! Os dispositivos de controlo vêm sendo desmantelados um a um e substituídos pela crença de que a certeza poderá regressar, apesar da capacidade para repor ou aniquilar a certeza ter origem externa.
Nos últimos dias, o presidente da república, em nome do interesse externo, voltou-se para o arco da governação e exigiu  acordo sobre "três pilares". O edifício pareceu-me coxo! Sempre ouvira falar dos 4 doutores latinos da Igreja e até dos 4 doutores gregos da Igreja. E mais recentemente, lembro-me que, na China, "o bando dos 4" teve um papel importante na radicalização do maoísmo, espalhando, no entanto, a incerteza.
A ideia de construir um acordo sobre um tripé é certamente uma forma de dar expressão à incerteza. Mas tudo isto só pode resultar do contágio dos três pilares que constituem a Troika que, como todos sabemos, se encarregou de destruir todas as nossas certezas.
Curiosamente, a "incerteza", com as suas quatro sílabas é muito mais sólida, mais românica do que a gótica "certeza". 
Entretanto, o nosso presidente da república, nestes tempos de incerteza, vai acompanhar uma missão científica, em pleno Atlântico, regressando na sexta-feira com a certeza de que, afinal, lhe faltava o pilar da lucidez. Se tal tiver acontecido, em vez de marcar eleições legislativas, anunciará eleições presidenciais. E já para setembro! 

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