28.6.13

O cerco

O mais fácil é remeter-me ao silêncio, engolir em seco, emudecer. No entanto, a luta pela sobrevivência exige que nos enraizemos nas areias movediças e que sigamos em frente.

Se os espinhos surgem no caminho é porque a esterilidade do solo assim o determina. Ao ouvir certos governantes, parece que os rebeldes germinam maleficamente de per si, e que bastará  cercá-los durante horas, conduzi-los ao campus justitiae  para que, humilhados, desistam de lutar pela sua própria vida.

Os transportes aéreos e terrestres podem ser paralisados durante dias; os hospitais podem deixar os doentes à porta e as cirurgias podem ser adiadas; os estivadores podem suspender o movimento de carga e descarga durante meses; os banqueiros podem deixar ocupar os seus próprios bancos por todo o tipo de escrocs; os governantes podem despudoradamente servir interesses ocultos…

…todas estas ações estão legitimadas, independentemente dos prejuízos…

…só três centenas de manifestantes não têm o direito a fazer um corte temporário de estrada se esse era, de verdade, o seu objetivo.

A igualdade é, afinal, bem desigual!

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