19.3.13

Dissonâncias ambientais e resiliência

Ao ouvir um programa radiofónico (TSF) sobre o Parque Natural do Alvão não pude deixar de me surpreender com a repetição da expressão «dissonâncias ambientais». Inicialmente, pensei que a invernia estivesse a afetar o canto das aves. Mas, não!
O entrevistado explicou que encontrar um frigorífico no leito de um rio é um exemplo de «dissonância ambiental». O mesmo se poderá dizer de todo o tipo de entulho lançado para a floresta ou para o espaço...
Compreendi a ideia e fiquei a pensar na expressão.
Na mesma entrevista, fui surpreendido por outro significante - «naturalizar». No caso, como o agente é a Natureza, é-me mais fácil aceitar a inovação linguística: esta não só é capaz de integrar «as dissonâncias ambientais» como as transforma em novas formas de vida. 
De qualquer modo, fiquei sensibilizado com as iniciativas que visam uma educação ambiental capaz de pôr cobro às «dissonâncias ambientais».  
 
Não posso, no entanto, deixar de pensar noutras «dissonâncias», como a troika, a classe política europeia e nacional. E espero que não sejamos tão resilientes como a Natureza, até porque nos falta o tempo humano.
No que me diz respeito, sou totalmente contra a «naturalização» destas dissonâncias predadoras.
 
PS. Já andava há uns dias a querer utilizar o termo resiliência. Foi desta! Lembro que é um termo que todos deveríamos banalizar, pois explica a política do governo: propriedade de um corpo (um país) de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação ( memorando)...

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