3.11.12

O Gebo e a Sombra (filme)

Gostei da reconstituição em espaço fechado, gostei da representação, embora não entenda tanta fungação. Já bastava que Doroteia passasse o tempo a cismar e a chorar...
Não gostei nada da opção pelo francês, embora perceba que os protagonistas pudessem ter dificuldade em exprimir-se na língua de Raul Brandão.
E sobretudo não compreendo a razão da supressão do Quarto Ato!Vê-se que o desfecho não agradaria a Manuel de Oliveira. E porquê?
 
Talvez porque:
 
a) Sofia se tivesse visto obrigada a trabalhar / a ser explorada numa fábrica,
b) «Odeio todos esses ricos que me fazem bem e que me dão de comer. Eles dão-me de jantar mas é por vaidade» (Candidinha)
c) «Eu sacrificara-me, para que os outros se rissem de mim.» (Gebo)
d) «A gente só se não arrepende do mal que faz neste mundo.» (Gebo)
e) «Foi tudo inútil! Foi tudo inútil!» (Sofia)
 
A opção de Manuel de Oliveira não se abre ao exterior, encontra solução na moral católica do cumprimento do dever, da obediência à lei... Na verdade, trai a solução muito mais angustiada de Raul Brandão que, atento às leis da política, da finança e da economia, se revolta...
 
C'est dommage!

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