15.11.12

Dia XXXV

Contrato de leitura. Obras apresentadas: Amor de Perdição; Queda dum Anjo; A Viagem do Elefante. Camilo Castelo Branco e José Saramago. Estes alunos do 10º ano são audaciosos, apesar das dificuldades resultantes do desconhecimento da História. Por outro lado, a apresentação oral nem sempre é eficaz, pois os locutores continuam a ignorar os interlocutores - tom muito baixo; dicção sofrível.

De regresso ao Sermão da Sexagésima, hoje, o auditório foi constituído por 6 elementos. A sessão foi de leitura:
a) da matéria do sermão - da grande dúvida: «Pois se a palavra de Deus é tão poderosa, se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos nenhum fruto da palavra de Deus?»
b) da composição do sermão: «o sermão há-de ser de uma só cor, há-de de ter um só objecto, um só assunto, uma só matéria» 
A ÁRVORE é o ponto de partida e o ponto de chegada do sermão. O discurso torna-se progressivamente alegórico, chegando, no entanto, a momentos de desconstrução da própria alegoria: « Se tudo são troncos, não é sermão, é madeira. Se tudo são ramos, não é sermão, são maravalhas. Se tudo são folhas, não é sermão, são versas. Se tudo são varas, não é sermão, é feixe. Se tudo são flores, não é sermão, é ramalhete. Serem tudo frutos, não pode ser; porque não há frutos sem árvore. Assim que nesta árvore, a que podemos chamar "árvore da vida"...»

(  Sob o freio da razão, a imaginação desfaz-se em preciosos conceitos, de tal modo que o auditório anteporá o deleite à censura...)

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