7.10.12

Interlúdio IV

Os valores dos tempos no passado.
Escrever uma pequena narrativa pressupõe a capacidade de distinguir a história /narração do discurso (momentos de descrição e de comentário). Se o discurso do narrador se expõe no pretérito imperfeito, a narração desenvolve-se na clara diferenciação dos estados de anterioridade, simultaneidade e posterioridade.
Ora, uma das dificuldades presentes nos textos que acabo de ler situa-se no registo da anterioridade: a ordem temporal das ações no passado surge de forma aleatória, porque ao escrevente falta distanciamento / profundidade. Ontem é ainda hoje, nada existe para trás! O mais-que-perfeito ainda surge na forma composta, mas raramente na forma simples.  
Mais do que uma aprendizagem assente na repetição dos mecanismos linguísticos, o que importa é desencadear estratégias que imponham distanciamento e principalmente profundidade.

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