3.10.12

A enormidade

«Enorme aumento de impostos»!
Com tantos assessores, o ministro Gaspar bem poderia ter aproveitado para explicar o verdadeiro sentido do adjetivo «enorme», pois o cidadão sacrificado continua sem saber quantos portugueses o acompanham no sacrifício.
De barato, o ministro vai dizendo que o saque não atinge dois milhões de famílias pobres, embora, amante da concessiva, ele omita o adjetivo «pobre», talvez porque, entre tantos pobres, muitos não o sejam verdadeiramente. Quem sabe?
Por outro lado, parece que ninguém sabe quantos ricos vivem entre nós e quanto pesam. É comum dizer-se que esses ricos não têm escrúpulos e que engordam nas situações de crise. Hoje, o ministro Gaspar recusou dizer qual é a percentagem de credores nacionais que compram dívida pública, mas acentuou a ideia de que os credores olham com bons olhos o modo como ele está a incrementar o famigerado "memorando".
O  que continua por explicar é por que motivo tão poucos pagam tanto? E mesmo esses poucos não sabemos quantos são... e por isso a enormidade ganha volume porque uma boa parte não contribui, e porque o Estado  mesmo que conseguisse sacar os 5 mil milhões de que diz necessitar, o monstro voraz continuará esfomeado...
Entretanto, ficámos também a saber que a «enormidade» tem rosto: prestações sociais, educação e segurança ( 4 mil e tal milhões de euros a poupar!)... Será que o ministro Gaspar se esqueceu voluntariamente da Saúde? 
Por este caminho, em 2015, o Estado terá sido desmantelado e já não necessitaremos de Governo.
Seraficamente, o ministro Gaspar explicou o puzzle, mas, na verdade, até eu, que não entendo nada de finanças, poderia ter apresentado a receita que nos irá liquidar.
 
 
 

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