9.10.10

Acumulação…

Há palavras que, de vez em quando, ganham vida, como ‘acumular’, ‘cúmulo’, ‘acumulação’… Consideradas a situação financeira, a taxa de desemprego, a estagnação económica  e a carga fiscal que se abate sobre a maioria dos portugueses e, em particular, sobre a administração pública, o possível humor que o despertar destas palavras poderia desencadear já não faz qualquer sentido.

Sejamos sérios. Como é que alguém pode justificar as situações de acumulação de tarefas e de remunerações quando uma boa parte da população (qualificada ou não) se encontra inactiva por falta de trabalho?

O argumento da falta de qualificações para o exercício de certos cargos é absurdo, sobretudo, quando sabemos que essa dificuldade pode ser ultrapassada com FORMAÇÃO, competente e dada por quem, de verdade, conheça as matérias em questão.

Num país em que os recursos são limitados, não há justificação para que uma minoria se aproprie de grande parte do orçamento, deixando à míngua centenas de milhares de portugueses. Há que proceder à redistribuição do trabalho, começando por eliminar a acumulação de funções em todos os sectores da vida nacional.

E também há que acabar com a acumulação de subvenções (e pensões) resultantes do exercício temporário, e muitas vezes simbólico, de cargos de nomeação política.   

O mal corta-se pela raiz!

O cúmulo surge, hoje, na primeira página de alguns jornais: O Governo prepara-se para recuar no corte da acumulação de remunerações e de pensões, a começar pelo presidente da República.

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