6.7.10

A personagem…

«Quando encontro um leitor que é capaz de falar de uma personagem apetece-me abraçá-lo como um amigo.» Lídia Jorge, entrevista ao DN de 4 de Julho de 2010

Ora aqui está uma boa ideia: incentivar o leitor a escolher uma personagem e a falar dela. Para os burocratas que inventaram o contrato de leitura, ler já é, em si, um acto de progresso, mesmo que o leitor valorize apenas a acção e o insólito das situações; mesmo que falar da obra não passe de um acto gratuito e, frequentemente, deseducativo.

De facto, nos tempos que correm quem é que se interessa pela personagem? A crise da personagem radica no falhanço da pessoa, nas falhas de carácter.

E se, por instantes, cedemos ao fascínio da personagem, não resistimos, contudo, a investigar os defeitos do homem que supostamente a gera…

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