1.4.09

Digressão por fazer…

Na vida portuguesa, há coisas que não consigo entender. Por exemplo: Por que motivo há tanta gente a queixar-se de que é pressionada a torto e a direito. (Parece-me perfeitamente normal que isso aconteça.) O que é inaceitável é que já não haja homens ( e mulheres) íntegros, capazes de ignorar as pressões e cortar a direito, doa a quem doer. Inspectores, procuradores, juízes, árbitros, polícias várias, advogados, jornalistas passam os dias a levantar suspeitas sem apresentar provas, e, sobretudo, sem utilizarem os poderes de que dispõem para encostar à parede os prevaricadores. Qualquer malhador de púlpito ou de ministério os aterroriza!

No fundo, tudo se resume a uma educação mole, frouxa e céptica. A educação romântica conduziu à moleza e à fraqueza suicida. Por seu turno, a educação realista mergulhou-nos na descrença anticlerical e no cepticismo como forma de vida (a abulia). A educação republicana gerou a anarquia e o bolchevismo que o Estado Novo se encarregou de esconder no fundo da sacristia e de eliminar nas salas de tortura e na frigideira do tarrafal.

Esgotados, acreditámos que a revolução estava na rua, e a educação desapareceu nas secretárias dos burocratas e nas palavras de ordem de novas seitas que permanentemente atacam o erário público.

Digressão feita, penso que já compreendo o que ao princípio me assombrava.

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