2.11.06

Docere et lectare...

/ O menino experimental ateia fogo ao santuário para testar a competência dos bombeiros. /O menino experimental, declarando superado o manual de 1962, corrige o professor de fenomenologia. /Murilo Mendes
O menino experimental cresceu e, depois de, ao longo de 30 anos, ter assassinado os mestres, prepara-se para declarar superada a etimologia.
Os verbos docere ( ensinar ) e lectare (ler muito ou muitas vezes), falsos sinónimos, já que o segundo pressupõe um método redutor da inteligência, apelando à repetição, enquanto que o primeiro orienta para a descoberta da sabedoria, acabam de evoluir semanticamente por obra dos meninos(as) experimentais que nos governam.
Os docentes, os lentes (vulgo os professores, de futuro simples ou titulares), no caos terminológico em que habitam, divididos entre actividades lectivas e não lectivas acabam de ser informados que, afinal, devem, também, aprender a distinguir a actividade lectiva da actividade docente.
Em conclusão, o professor metódico vai gerir a sua vida pública em actividade docente (substituição do pessoal administrativo e de limpeza), lectiva (implementação do plano nacional de leitura, escrita e cálculo) e não lectiva (explicações gratuitas, substituições gratuitas e acréscimo da conflitualiadade).
PS: Os síndicos experimentais estão a ficar vesgos: estão sem perceber o que o futuro lhes reserva.

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