26.10.06

De pouco serve ser voluntarista!

De pouco serve ser voluntarista!
Mesmo que durante algum tempo nos iludamos com o rumo traçado, rapidamente nos apercebemos que os grandes desígnios deixaram de nos motivar. No essencial, nas sociedades laicas não há finalidade que não seja abordada em termos relativos. Apesar do custo, o fundamentalismo acaba por ser uma tentativa de impor um desígnio à sociedade, capaz de a mobilizar contra qualquer tipo de relativismo nihilista.
Em termos práticos, nas escolas portuguesas deixou de haver um projecto capaz de mover na mesma direcção todos aqueles que nelas actuam. Ou se existiu, remontará ao Estado Novo! A ideia de comunidade educativa não passa de uma miragem, em que cada um, desejoso de saciar a sua sede de absoluto, acaba por se desinteressar de tudo o resto.
Este desnorte ( esta falta de direcção, de rumo) acaba por ser aproveitado para, de forma inapelável, destruir o pouco que, de forma voluntarista, fora construído nos últimos anos. Nada é lido, nada é interpretado em termos globais; tudo é decidido em função da vaidade do momento. E nem mesmo esta última é consistente.
Em conclusão, nas sociedades laicas, incapazes de definir desígnios colectivos, deixou de haver lugar para o voluntarismo e, consequentemente, a responsabilização, também, deixa de fazer sentido. "Culpabilizar", "perdoar"; "condenar", "absolver"; "pedir justiça, fazer justiça" - de conceitos passaram a noções ocas...

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