3.7.06

Casos na primeira pessoa...

(Casos na primeira pessoa)
Senhor Provedor da Portugal Telecom A minha filha que se encontra na Hungria, em 22 de Junho deixou de poder aceder à sua caixa de correio. Este impedimento criou-lhe uma situação muito desagradável, pois perdeu vários contactos universitários, importantes para a prossecução dos seus estudos na Europa Central.Tal como reservas de avião e de hotel... Entretanto, apesar da minha reclamação diária por telefone 707 22 72 76 e por e-mail (suporte@acesso.sapo.pt), sou simpaticamente convidado a ter paciência porque «estamos a efectuar todos os esforços para que a situação reportada com a identificação 2006-260468 seja resolvida o mais breve possível.» Por outro lado, na página do cliente, obtenho a seguinte inamovível informação: Nº SGS Tema Estado Data de Registo 2006-260468 Problemas técnicos Caixas de Correio Aberto 2006/06/22 Não sei se devo continuar a ter paciência, pois já em Dezembro de 2005 tive idêntico problema com a Netcabo, que nunca foi capaz ou quis resolvê-lo. Foram meses de respostas evasivas até que mandei desligar a netcabo. E nunca a Netcabo assumiu oficialmente qualquer responsabilidade. Como pode deduzir, troquei a Netcabo pela Sapo e, afinal, tudo parece funcionar do mesmo modo. A estrutura técnica parece não estar à altura de resolver as anomalias e, sobretudo, jamais esclarece o cliente sobre a sua incapacidade, para que este possa seguir o seu caminho... O que mais lastimo é a falta de transparência na relação com o cliente. Caso o entenda, gostaria que avaliasse esta espécie de disfuncionamento, pois, imagino que muitos outros clientes serão vítimas deste tipo de arbitrariedade que, penso, inaceitável numa sociedade que aposta cada vez mais nas novas tecnologias de informação.
Pelo menos é esse o desafio do engenheiro Sócrates, a quem peço, daqui, desculpa por o ter tratado, há uns dias, por "mestre", qualificativo desprezível nos tempos que correm... Embora, nesta questão, me sinta um pouco confuso, pois tenho visto engenheiros que o não são, e outros que, apesar do engenho lhes falta a arte. Porém, para me acalmar, o demónio de Sócrates ( o da cicuta!), murmura-me ao ouvido: - Impossível. Abandona esses teus lampejos.
Senhor Provedor do Instituto de Seguros de Portugal,
Senhor Ministro da Administração Interna,
Senhor Ministro da Justiça,
Se a lei me permite pagar o seguro de um veículo automóvel até 30 de Junho e o faço nessa data, através do multibanco, por que motivo a autoridade policial me pode autuar logo no dia 1 de Julho, pois me falta a correspondente carta verde?
E por que motivo, a Império Bonança (e as restantes companhias...) não envia previamente a carta verde a cada um dos seus clientes? Se não confia em mim, não me deveria aceitar como cliente!
Para que a voracidade da autoridade não desabe sobre mim, desloco-me à sede da Companhia a pedir a desditosa carta verde e por lá fico sessenta gloriosos minutos à espera...felizmente, na companhia de outros clientes mal-humorados. Vá lá saber-se porquê? (Durante todo aquele tempo pude contemplar uma senha branca que apenas registava: C63; o meu vizinho do lado, esse por lá ficou com uma senha verde em riste...)

Como, entretanto, me lembrei que o actual Ministro da Administração Interna e que já foi Ministro da Justiça, em tempos remotos - logo a seguir ao 25 de Abril - terá sido meu aluno ( ou será imaginação minha ou, talvez, do Passos Manuel?) dei comigo a pensar que eu sou o único responsável por esta forma de tratar os constituintes, os eleitores, os utentes, os clientes, os pacientes, os fregueses...

E por isso quero crer que a solução para o déficit está em colocar a CARUMA no quadro dos supranumerários. Um quadro virtual, já se vê, um pouco como o purgatório, essa instituição medieval, criada para que uns tantos virtuosos pudessem acumular capitais sem se verem condenados às penas infernais.

(A estas horas, a culpa judaico-cristã costuma atacar-me de forma violenta e por isso me sinto responsável por toda a impunidade que cresce sob as minhas agulhas nocturnas...)

EE E por isso, quero crer que se a CARUMA fosse colocada no quadro dos supranumerários o problema do déficit ficaria resolvido

1 comentário:

  1. Este caso é apenas um caso, um caso a mais que, ao contrário do que noutra linha disse o poeta, não fazia qualquer falta. A verdade, é que sim, tanto faltava que houve, e como esse tantos outros que nenhum provedor soluciona, porque quem manda nem sempre pode, e o contrário é igualmente verdade... E que a culpa não seja de quem ensina, mas de quem nunca soube aprender, que este é o mundo que temos, desconcertado como foi, é e será, para mal dos nossos pecados, que estes, sim, os pecados, hão-de ser sempre nossos, que um dia tivemos a impensada tentação de ousarmos ser professores...
    Por mim, se a caruma fosse minha,não a colocava no quadro dos supranumerários. Encostava-lhe um fósforo, raspava-lhe a cabeça, ao fósforo, e ateava o fogo à dita cabeça e às de quantos teimam em inventar supranumerariamente tais palavrões. Dixit.

    ResponderEliminar